la lipset, in slide & mundos
agosto 11, 2003
 
Caderno da comunidade

Apontamento i

Irão suspender-se temporariamente as contribuições nesta reserva, por voluntário e mútuo acordo entre os subsidiadores de prosa residentes. A emissão será retomada dentro de momentos, como se diz na televisão. Mas não é verdade. A demora será estugada, de dias, muitos. As personagens daqui vão aí pelo mundo, com pouco mais do que elas próprias. Voltarão, concedem, mas não antes de voltarem ao seu burgo. Apenas circunstâncias de circunstância justificarão uma eventual interrupção do calendário de ausência. E, por ora, não são de estimar circunstâncias dessas. 3., S. F. e T. A.
agosto 10, 2003
 
caderno de apostamentos de serôdio d'o.

história

seria uma hipótese, uma roda de mundo
condensado no papel. todos os dias
assim, raro compasso, o mesmo movimento na
rua. o rumor da novidade, o rumo

mais próximo e a paisagem como esquina e
fundo, quase toda a cidade. mas um
dia alguém inventou a elipse, fintando a
memória inclinada ao

retorno da origem, trocando todos os
princípios. desde esse então o começo é quando
a pessoa quiser, agora ou depois, pois a
vontade ainda consegue ser correspondente.
só não se sabe exactamente de quê ou quem. s. d'o.
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxxii, Cesariny oitenta

Cesariny fez oitenta anos, anos que vão muito para além de si mesmos, no que significam de transgressão, de outra volta à liberdade. Nesta oportunidade, cito dois parágrafos de "A afixação proibida", escrito em parceria com António Maria Lisboa e Henrique Risques Pereira, por me parecerem resumir a sua atitude face à vida e, por ela,face à poesia.

"Há verdadeiramente em todos estes esforços isolados um ponto único: o esforço vital para aperfeiçoar a poesia que tende a transformar a sociedade fechada em sociedade aberta.
Quem caminha aprende que toda a caminhada expõe a cair, mas, para nós, a queda vale mais do que a segurança de estar parado. Todo o complexo de ideias e de métodos tende naturalmente a exaurir-se, ao passo que a consideração dum ponto de vista novo deverá descobrir novos problemas. Afirmar em contrário, e, apenas, as limitações do espírito humano seria permanecer de olhos fechados sobre um antigo ouriço flamingo" (Antologia do Cadáver Esquisito, Lisboa, Assírio & Alvim, p. 44).

Quantos mais anos troará Cesariny?, nesta vida miudinha que nos obriga mais do que nunca a uma vontade de certeza. 3.
agosto 09, 2003
 
Sebenta de Teresa Alma

Almanaque da República, vi

Novas prosas que comovem e outras matérias de pátrio relevo, recentemente publicadas no Diário da República, o jornal de todos nós.

Resolução da Assembleia da República n.º 66/2003. Aprova a Convenção entre a República Portuguesa e a República Islâmica do Paquistão para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento e Respectivo Protocolo, assinados em Lisboa em 23 de Junho de 2000.

Portaria n.º 708/2003, de 4 de Agosto. Estabelece a remuneração e o reembolso das despesas do solicitador de execução no exercício da actividade de agente de execução.

Portaria n.º 726/2003, de 6 de Agosto. Aprova o Regulamento de Conservação Arquivística do Instituto da Conservação da Natureza.

Resolução da Assembleia Legislativa Regional n.º 14/2003/M. Adopta e ratifica as deliberações tomadas nas VI Jornadas Parlamentares Atlânticas. Resolve recomendar aos Governos da Região Autónoma da Madeira e da República Portuguesa o incremento das acções de cooperação com a República de Cabo Verde e o desenvolvimento de acções e missões público-privadas entre os quatro arquipélagos macaronésicos, que possibilitem um melhor conhecimento comum entre os agentes políticos, económicos, sociais, científicos e culturais, orientadas para o fomento da cooperação e da efectiva implementação dos objectivos propostos nas conclusões das Jornadas.

Decreto do Presidente da República n.º 46/2003, de 7 de Agosto. Ratifica a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, feita em 23 de Maio de 1969, e respectivo anexo.

Portaria n.º 727/2003, de 7 de Agosto. Altera a Portaria n.º 366/2002, de 5 de Abril, que autorizou o funcionamento do curso bietápico de licenciatura em Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica na Escola Superior de Saúde Egas Moniz.

Portaria n.º 728/2003, de 7 de Agosto. Altera os preços a cobrar pelo Instituto da Conservação da Natureza no âmbito da Convenção Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção.

Portaria n.º 754/2003, de 8 de Agosto. Altera os preços a cobrar pelo Instituto da Conservação da Natureza pela prestação de serviços.

Não compreendo esta República. T. A.
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxxi, árvores segundo António Ramos Rosa

Elas, as árvores, são um dos alvos-vítima dos incêndios. A circunstância fez-me rememorar um livro de António Ramos Rosa, cada árvore é um ser para ser em nós, editado o ano passado pela in-libris, com fotografias de uma árvore da Granja de Belgais captadas por Paulo Gaspar Ferreira e acompanhado por um cd com trinta e sete minutos de sons gravados junto dessa mesma árvore. Segue abaixo o poema "Árvores",

"O que tentam dizer as árvores
no seu silêncio lento e nos seus vagos rumores,
o sentido que têm no lugar onde estão,
a reverência, a ressonância, a transparência
e os acentos claros e sombrios de uma frase aérea.
E as sombras e as folhas são a inocência de uma ideia
que entre a água e o espaço se tornou uma leve
integridade.
Sob o mágico sopro da luz são barcos transparentes.
Não sei se é o ar se é o sangue que brota dos seus
ramos.
Ouço a espuma finíssima das suas gargantas verdes.
Não estou, nunca estarei longe desta água pura
e destas lâmpadas antigas de obscuras ilhas.
Que pura serenidade da memória, que horizontes
em torno do poço silencioso! É um canto num sono
e o vento e a luz são o hálito de uma criança
que sobre um ramo de árvore abraça o mundo".

Atenção, experimenta-se uma identidade diferente deste texto se a sua leitura for acompanhada pelos tais sons captados junto daquela árvore da Granja de Belgais. 3.
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxx, Belo inédito

A Teresa mencionou já o poema inédito de Ruy Belo que foi publicado no Público (n.º 4887, 8 de Agosto de 2003, p. 3). Julgo, porém, que esse poema merece ser aqui reproduzido e não apenas anunciado. Por isso, abaixo segue.

"Um dia alguém numa grande cidade longínqua dirá que morri
di-lo-á decerto com pena mas sem o alívio que eu próprio decerto senti
primeiro ao solucionar de vez esse problema de respiração que a vida é
desde a convulsão da criança que a meio do copo deixou ir leite para a traqueia
até a instantânea atrapalhação do mergulhador a quem de súbito falta o ar comprimido
só dispõe da reserva e lhe faltava tanto que ver no fundo sonhador do mar
depois senti alívio porque às vezes a meio por exemplo da aragem na face
eu pensava na morte como problema metafísico a resolver pelo menos com higiene
se não com dignidade com acerto como mais um problema à medida do homem
Eu estava do lado dos vivos estou do lado dos mortos
o grande problema era saber se me doía ou se não me doía
agora nem sei se me doeu ou não ou fui um mero espectáculo de mau gosto
para a única pessoa encarregada de me ajudar nesse momento
Ninguém a princípio terá sabido que eu morrera só minha
mulher avisada de longe virá e me porá a mão sobre a testa
os demais não não disponho do olhar para me defender
o tempo depressa se passa são trâmites legais até me terem deixado
debaixo do chão bem debaixo do chão sem frases lidas
ou gravadas sem sentimento nenhum
Uns dias depois um pequeno grupo junto a uma grande janela
olhará a neblina da manhã de janeiro
e terá mãos que eu tive para os meus problemas de vivos
Onde eu estive sobre uma mesa com uma perna cruzada
suaves começarão a suceder-se e acumular-se os dias
como cartas revistas linguísticas ou livros adormecidos
despertos apenas no momento fugaz da leitura
A vida será indistinta virá até nós como árvores
rodará em volta como um lençol até cobrir-nos os ombros
Falareis de mim não posso impedir que faleis de mim
mas já nada disso me pesa como o simples facto de ter de ser vosso amigo
Estou só e só para sempre e só desde sempre
mas antes por direito de opção. Agora não
Deixaram-me aqui doutor em tantas e tão grandes tristezas portuguesas
e durmo o sono das coisas convivo com minerais preparo a minha juventude definitiva
Era como eu esperava mas não posso dizer-vos nada
pois tendes ainda o problema e a cara da pessoa viva".

É bom descobrir algo que esteve escondido. 3.
agosto 08, 2003
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento liv, o poeta que morreu há um quartel

Hoje o Público (n.º 4887, 8 de Agosto de 2003, pp. 2-4) revolve o espólio de Ruy Belo e revela algumas coisas, entre elas um poema inédito, de Abril de 1974. O homem que escrevia poemas é, assim, que eu me aproximo dele. T. A.
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento liii, vou ver televisão

Passo muito ao lado da televisão, raramente lhe dispenso atenção. Mas logo, quase ao virar do dia, vou remeter-me ao sofá e acompanhar, em revisão, Nick's Movie - Lightning over Water, de Wim Wenders e Nicholas Ray. Roda na RTP2. T. A.
agosto 07, 2003
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Nota lxii, rise and fall

Uma das dimensões da retórica governamental tem enfatizado a reforma administrativa que tem vindo a ser ensaiada, designadamente no que concerne ao reforço das atribuições dos municípios. Nem tudo, porém, é como apregoado. Por exemplo, como se estimava, não obstante por via do Decreto-Lei n.º 320/2002, de 28 de Dezembro, o Governo tenha colocado o licenciamento e as inspecções dos mecanismos de elevação de pessoas ou cargas sob competência das Câmaras Municipais, consta que desde o final de Março os municípios pouco ou nada têm feito neste domínio - vide Público, n.º 4886, 7 de Agosto de 2003, p. 24. É que para além da dificuldade que os serviços municipais têm em lidar como uma questão que, pelo menos em termos técnicos, lhes tem sido estranha, parece que os organismos até então com jurisdição sobre a matéria não preparam convenientemente a transferência das respectivas competências para o plano municipal. O que, convenhamos, é sintomático. Tanto da pouca apetência dos edis para acolher novas responsabilidades quanto da tão propalada tradição centralista que revela a incapacidade de diálogo e de parceria entre as diferentes frentes administrativas. S. F.
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Nota li, a reforma da segurança social no Brasil

Em termos políticos a proposta de reforma da segurança social preconizada pelo Presidente da República brasileiro vingou. Nos últimos dias, Lula da Silva, a partir do Palácio da Alvorada, e José Dirceu - o ministro-chefe da Casa Civil -, a partir do Palácio do Planalto, conduziram as negociações que, entre outras medidas, propunham que os reformados da função pública que receberem uma pensão superior a 1.440 reais, no caso de antigos funcionário da administração federal, ou superior a 1.200 reais, no caso de antigos funcionários em serviços da administração estadual ou municipal, vejam esses rendimentos taxados em 11% de contribuição social. Esta diferenciação dos tectos de rendimento está a gerar celeuma, tanto entre a oposição de esquerda quanto entre as organizações sindicais. Este é, pois, um dos primeiros grandes desafios que o actual presidente brasileiro tem de enfrentar no plano da política doméstica. E o que virá depois? A pergunta tem o seu quê de relevante porquanto o apoio político, as futuras negociações, parece que obrigarão o executivo a algumas cedências. Como as que já aconteceram, por exemplo, ao corpo judicial. O que tende a aumentar a crispação política e social entre os diversos actores em cena. S. F.
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento lii, melhor o silêncio

A propósito do ror de incêndios que por aí lavra, o lider da bancada parlamentar do PSD, Guilherme Silva, disse, ipsis verbis, “felizmente que apesar da extensão das coisas o número de vítimas foi relativamente restrito e portanto não há dúvida nenhuma que houve uma acção muito eficaz na protecção de vítimas e de bens”. Como soi dizer-se, o pior cego é o que não quer ver. Com a agravante, neste caso particular, de tender ao disparate que até dói. E indigna. Mais ainda do que as tonterias do senhor ministro Theias. T. A.
agosto 06, 2003
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Nota lx, a revolução tranquila como se fosse um lego

Disse um deputado do PS, João Cravinho, que "o projecto de descentralização de Miguel Relvas parece um lego na mão de um garoto que olha para o país como um ar delirante. É uma garotada" (João Cravinho cit. in Diário de Notícias, n.º 49.076, 6 de Agosto de 2003, p. 19). As palavras são fortes. Mas entende-se melhor o seu sentido se se tiver presente que, segundo o referido deputado, o novo regime de associativismo municipal "vai dar cabo da possibilidade de racionalizar a administração do Estado que terá de passar a gerir um emaranhado de interesses diferentes, consoante as atribuições que os municípios associados quiserem" (ibidem). Esta é talvez uma das consequências mais prováveis deste canhestro processo. Só não se compreende é que, havendo tantos indícios de que assim vai ser, nada tenha sido feito antes ou corrigido entretanto. É a típica atitude «deixa andar, depois logo se vê» que tantos prejuízos tende a gerar. S. F.
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Apontamento lix, tarde e depois da véspera

Entendeu por bem a direcção editorial do Público penitenciar-se ontem por nos idos de Março haver publicado dois artigos da autoria de Pedro Almeida, em que este grafava Holocausto assim, «holocausto», em minúsculas e entre aspas - vide "O Público e a discussão sobre o Holocauto", in Público, n.º 4884, 5 de Agoso de 2003, p. 8. O significado desse modo de redigir a palavras era evidente, tanto mais que o sobrante dos textos tentava justificar a ideia de que o Holocausto havia tido uma proporção menor do que a generalizadamente julgada. Compreende-se a atitude e a humildade observada pela direcção editorial do jornal. Sucede, porém, que na véspera, na segunda-feira, o mesmo jornal estampou um artigo de um tenente-coronel piloto-aviador na reserva onde eram identificadas as putativas causas dos elevados níveis de sinistralidade automóvel em Portugal e onde, para além disso, era proposta uma solução pesporrente para o problema - vide Ferreira, João José Brandão, "A guerra civil à portuguesa", in Público, n.º 4883, 4 de Agoso de 2003, p. 8. Tão rídicula quanto dizer-se que o Holocausto foi, afinal, o «holocausto». Mas parece que ninguém notou.Ora, talvez que o Conselho Consultivo do jornal, no futuro, possa apreciar também este caso. S. F.
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Nota lviii, o obituário de João Pulido Valente

A Teresa já deu nota do caso. Merece destaque, no entanto, o facto de o finado ser homem de ímpar coragem e ironia. Relativamente a esta última propriedade, é da sua autoria a nota que dá publicidade à sua morte. É assim a prosa: "Eu, João Pulido Valente, informo os meus amigos que morri hoje, 4 de Agosto de 2003, de manhãzinha. Convivi com Ideias, mulheres, tabaco e álcool. Contraí cadeia, sifilis, cancro e ressacas. Não estou arrependido. Julgo ter pago o preço justo por ter vivido. Quando eu morrer não quero choro nem velas, quero uma fita amarela, gravada com o nome dela: Liberdade" (in Diário de Notícias, n.º 49.075, 5 de Agosto de 2003, p. 19). Não sei se há muitos mais assim. S. F.
agosto 05, 2003
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento li, finou-se João Pulido Valente

João Pulido Valente não é dos meus, mas tinha-lhe uma estima rara. A sua dimensão de danado sempre me tocou. A morte levou-o ontem. Aqui fica a sua memória. T. A.
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Nota lvii, Michael Walzer

O J. do Cruzes Canhoto! cruzou-se com uma entrevista de Michael Walzer à Imprints, publicada no Vol. 7, n.º 1 dessa revista de socialismo analítico. O autor merece alguma atenção, até porque nessa entrevista tece algumas considerações sobre a intervenção anglo-americana no Iraque. Já agora, também de Michael Walzer, mas num registo mais denso, sobre o acontecido em 11 de Setembro de 2001 é aconselhável a leitura, mesmo que para discordar, do artigo, “Excusing terror. The politics of ideological apology”, publicado no Vol. 12, n.º 10, de Outubro de 2001, d’The American Prospect. S. F.
agosto 04, 2003
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento l, palavras e juízos

Segundo a sugestão de Mário Soares, o ministro de Estado e da Defesa, Paulo Portas, é um tumor e, como tal, deve ser extirpado, por forma a evitar que o Governo, todo, sofra as futuras consequências. A metáfora não é elegante, mas é elucidativa. Agora, também é certo que Mário Soares parece ter tomado as dores da sua esposa e, por isso, a referida metáfora não deixa de ser percebida também como proveniente de um despeitado. Pelo que também por isso ela é elucidativa. T. A.
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento xlix, opinião de piloto-aviador na reserva

O Público estampa hoje um artigo típico de silly season, embora possa não parecer - vide Ferreira, João José Brandão, "A guerra civil à portuguesa", in Público, n.º 4883, 4 de Agosto de 2003, p. 8. Segundo o argumento do autor, a causa principal do elevado índice de sinistralidade rodoviária em Portugal é a indisciplina. Por isso, segundo ele, a solução para o problema é repor a autoridade. Como isso seja possível é mais misterioso, sabe-se apenas que é matéria dependente da vontade dos políticos. Pois... apela-se à autoridade que supostamente não há. T. A.
 
Sebenta de Teresa Alma

Apontamento xlviii, Bagdad

O «Diário de Bagdad», de Mário Vargas Llosa, publicado no Diário de Notícias, ilustrou-me melhor a actual situação no Iraque do que muitas notícias e reportagens. Em todo o caso, hoje, um outro diário oferece-nos mais um artigo interessante sobre a matéria, Sawers, John, "Firmeza, determinação e confiança para vencer a segunda batalha de Bagdad", in Público, n.º 4883, 4 de Agosto de 2003, p. 6. T. A.
 
Sebenta de Teresa Alma
Almanaque da República, v

Novas prosas que comovem e outras matérias de pátrio relevo, recentemente publicadas no Diário da República, o jornal de todos nós.

Resolução da Assembleia da República n.º 59/2003, de 28 de Julho. Alteração do quadro e normas de admissão e provimento do pessoal da Assembleia da República.

Resolução da Assembleia da República n.º 64/2003, de 28 de Julho. Regulamentação da osteopatia.

Aviso n.º 183/2003, de 29 de Julho. Torna público terem sido recebidas notas em 9 de Julho de 2001 e em 6 de Junho de 2003, respectivamente pelo Consulado-Geral de Portugal em Macau e pela Região Administrativa Especial de Macau, em que se comunica terem sido cumpridas as formalidades constitucionais internas de aprovação do Acordo Quadro de Cooperação entre a República Portuguesa e a Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China, assinado em Macau em 23 de Maio de 2001.

Portaria n.º 653/2003, de 29 de Julho. Altera e republica o Regulamento de Apoio Financeiro à Produção Cinematográfica de Filmes de Longa Metragem de Ficção e de Curta Metragem de Ficção, aprovado pela Portaria n.º 317/2003, de 17 de Abril.

Lei n.º 26/2003, de 30 de Julho. Autoriza o Governo a aprovar o Código do Imposto Municipal sobre Imóveis e o Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, a alterar o Estatuto dos Benefícios Fiscais, o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas o Código do Imposto do Selo e a revogar o Código da Contribuição Predial e do Imposto sobre a Indústria Agrícola, o Código da Contribuição Autárquica e o Código do Imposto Municipal de Sisa e do Imposto sobre as Sucessões e Doações.

Lei n.º 27/2003, de 30 de Julho. Autoriza o Governo a transpor para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/44/CE, do Conselho, de 15 de Junho, que alterou a Directiva n.º 76/308/CEE, do Conselho, de 15 de Março, e a Directiva n.º 2002/94/CE, da Comissão, de 9 de Dezembro, ambas relativas ao mecanismo de assistência mútua em matéria de cobrança de créditos entre os Estados membros da Comunidade Europeia, e a revogar os Decretos-Leis n.os 504-N/85, de 30 de Dezembro, 186/89, de 3 de Junho, e 69/94, de 3 de Março.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2003, de 30 de Julho. Aprova as linhas de orientação da reforma da Administração Pública.

Portaria n.º 684/2003, de 30 de Julho. Substitui a planta anexa à Portaria n.º 514/2002, de 30 de Abril, pela apensa à presente portaria.

Portaria n.º 698/2003, de 30 de Julho. Adita um n.º 2 ao artigo 7.º da Portaria n.º 551/2001, de 31 de Maio, que aprova o Regulamento da Lotaria Nacional.

Decreto-Lei n.º 170/2003, de 1 de Agosto. Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/19/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Maio, relativa à actividade de parteira, e altera o Decreto-Lei n.º 333/87, de 1 de Outubro.

Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto. Estabelece o regime das taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde no âmbito do Sistema Nacional de Saúde.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 98/2003, de 1 de Agosto. Cria a estrutura de missão designada por Centro de Apoio ao Licenciamento de Projectos Turísticos Estruturantes e define as principais linhas de orientação para o seu funcionamento.

Esta foi uma invulgar semana. A aproximação da vertigem das férias aumentou, por certo, a produtividade dos legisladores. Para a semana talvez haja mais. T. A.
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxix, contra a noite

Esta noite voltou a brisa. Aqui, no estúdio, correm, alternadas, duas memórias, com ritmo marcado por Art Blakey, os dois volumes de Orgy in Rhythm, gravados a 7 de Março de 1957, em New York, para a etiqueta Blue Note, e The African Beat, gravado a 24 de Janeiro de 1962, junto com o Afro-Drum Ensemble, em Englewood Cliffs, também para a Blue Note. São para recordar até que a madrugada, vencida, se extinga em manhã. 3.
agosto 02, 2003
 
Sebenta de Teresa Alma

État d'esprit, viii

Sábado. Como estou, não estou para ninguém. Vou ler jornais. Talvez isso me desperte. Bagão Félix no suplemento DNA do Diário de Notícias, Ana Gomes no caderno principal do Expresso. O Público, por ora, falha-me. T. A.
agosto 01, 2003
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxviii, o gaúcho da cadeira n.º 31

Notícia fresca da outra banda do Atlântico Sul. Moacyr Scliar foi eleito para a cadeira n.º 31 da Academia Brasileira de Letras, antes ocupada por Geraldo França de Lima. 3.
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxvii, Tunick na Feira

Revela o Diário de Notícias (n.º 49.070, 31 de Julho de 2003, p. 40) que Spencer Tunick anda a angariar voluntários para participarem numa das suas próximas instalações de corpos nus, a ter lugar no centro histórico de Santa Maria da Feira, no próximo dia treze de Setembro. A recompensa, para os que decidirem despir-se e colaborar na performance, será uma cópia da fotografia fixada por ele. Que bem vindo seja, pois. 3.

Post-scriptum, uma pequena inquietude, minha, muito privada, talvez até muito íntima: quando é que Christo e Jeanne-Claude se decidem a embrulhar a ponte Vasco da Gama?
 
Sebenta de 3ás

Apontamento xxvi, música que se há-de dançar

Segundo o Diário de Notícias (n.º 49.070, 31 de Julho de 2003, p. 43), tanto os Sigur Rós quanto os Radiohead foram convivados por Merce Cunningham a compor música para uma peça de bailado contemporâneo. Não é de exultar, ainda, mas é de ficar expectante. Aguardemos. 3.
 
Atelier para variações, por Sérgio Faria

Nota lvi, à espera do milagre que não vai acontecer (por ora)

O anúncio, ao fim da tarde de ontem, do veto do Presidente da República à alteração do regime de criação dos municípios, sufragada pela Assembleia da República, é um sinal de que, na pior das hipóteses, circunstancialmente, o discernimento institucional ainda consegue prevalecer. É provável que algumas populações, nomeadamente as de Canas de Senhorim e de Fátima, se sintam defraudadas com esta decisão. É compreensível que assim seja. E certamente que se seguirá a tentação de acusar exclusivamente o Presidente da República por as suas expectativas e esperanças se terem gorado. Importante, porém, é que, ao invés de destilarem ressentimento, as respectivas populações consigam aproveitar a oportunidade para reforçar os fundamentos e a argumentação a favor da criação dos municípios que almejam. É que esse parâmetro é um dos primeiros a não ter a consistência política devida. E a prova disso mesmo é que, esgotados os argumentos razoáveis, os elementos mais implicados com os movimentos que se batiam pela criação dos municípios avançaram para o boicote, para o vitupério, para a chantagem. O que, convenhamos, dentro da ordem constitucional que vigora em Portugal, não é um crédito político escorado na legitimidade exigida. S. F.

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